Qual a potencia que devo contratar? Guia e dicas práticas

Escolher qual a potência que deves contratar é uma das decisões com mais impacto na tua fatura de luz. Com a potência certa, pagas menos todos os meses sem abdicar de conforto. Com a potência errada, ou ficas às escuras quando ligas “tudo ao mesmo tempo”, ou pagas um fixo demasiado alto. Neste guia direto e prático, explico-te como funciona, como calcular e como afinar o teu escalão com segurança.

O que é a potência contratada e por que ela é importante

A potência contratada é a capacidade máxima (em kVA) que a tua instalação pode usar em simultâneo. Em termos simples: determina quantos equipamentos podes ligar ao mesmo tempo sem que o quadro dispare. Além disso, cada escalão de potência tem um preço fixo diário: quanto maior a potência, maior o termo fixo da tua fatura. É por isso que acertar no escalão é decisivo para poupar sem surpresas.

Como a potência afeta o preço da eletricidade

O preço da potência inclui a tarifa de acesso às redes (parte regulada) e a margem do comercializador; e aumentar a potência faz subir o custo fixo da fatura. Como regra de bolso, em potências ≤ 6,9 kVA, baixar um escalão pode significar poupar cerca de 20–30 € por ano e, noutros cenários de preços, ≈ 36 €/ano por escalão. Ou seja, um ajuste prudente pode render várias dezenas de euros por ano — sem mudares hábitos.

Diferença entre potência contratada e consumo mensal

Potência (kVA) não é consumo (kWh).

• A potência é capacidade instantânea: quantos aparelhos podem funcionar ao mesmo tempo.
• O consumo mede a energia ao longo do tempo (kWh) e depende de quanto e quando usas os equipamentos.
  Assim, duas casas podem consumir os mesmos kWh no mês, mas uma pagar mais porque contratou um escalão de potência superior. A própria EDP sublinha esta distinção: a potência define o número de equipamentos em simultâneo; a energia é o que efetivamente consomes.

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Que potência contratar? Tudo depende do seu perfil de consumo

Não há um “tamanho único”: conta o perfil de utilização e se a tua instalação é monofásica ou trifásica. Em Portugal existem 13 escalões entre 1,15 kVA e 41,4 kVA, sendo os mais comuns 3,45 kVA e 6,9 kVA .

• T1/T2, 1–2 pessoas, cozinha a gás e poucos usos simultâneos: geralmente 3,45 kVA é suficiente.
• Família pequena, forno elétrico e 2–3 equipamentos em simultâneo: considera 4,6–5,75 kVA.
• Cozinha elétrica/indução, termoacumulador e aquecimento pontual: muitas vezes 6,9–10,35 kVA.
• Moradias grandes, bombas de calor potentes ou oficina em casa: pode exigir trifásico (>10,35 kVA).
• Carro elétrico (carregamento lento 2,3–3,7 kVA): se carregares fora das horas de pico, pode não ser preciso subir escalão.

Como calcular qual a potência que devo contratar

A forma mais segura é simular a potência usada em simultâneo nos teus cenários reais (por exemplo, “jantar de inverno” quando mais ligas equipamentos).

1. Lista os equipamentos “pesados” que costumas usar ao mesmo tempo: forno elétrico (≈ 2.000–2.500 W), placa de indução (zonas ativas), micro-ondas (≈ 800–1.200 W), máquina de lavar loiça (≈ 1.800–2.200 W no pico), termoacumulador (≈ 1.200–1.800 W), ar condicionado (≈ 700–1.500 W por unidade), jarra elétrica (≈ 2.000 W).
2. Soma as potências simultâneas que realmente usas. Ex.: forno (2.200 W) + loiça (2.000 W) + micro-ondas (1.000 W) + AC (1.000 W) ≈ 6.2 kW.
3. Converte para kVA (em casa, a maioria das cargas é resistiva; como regra simples, kW ≈ kVA). No exemplo, 6.2 kW → ≈ 6,2 kVA → escalão 6,9 kVA.

Se após o teste você descobrir que tem muita potência, ou que precisa de mais, lembre-se que é possível alterar a potência contratada.

Consequências de contratar uma potência errada

Contratar em baixo ou em alto tem custos — diferentes.

• Potência demasiado baixa: quando a soma dos equipamentos excede o teu escalão, o quadro desliga e ficas sem luz até reduzires a carga e rearmar. Se isto acontece com frequência (não apenas uma ou duas vezes/ano), é sinal de que precisas subir um escalão.
• Potência demasiado alta: pagas um fixo diário maior sem necessidade. Em potências até 6,9 kVA, descer um escalão pode valer 20–30 €/ano (ou ~36 €/ano, consoante preços).
• Tarifa Social: aplica-se a potências até 6,9 kVA (com restantes critérios). Subir acima disso pode fazer-te perder o benefício.
• Custos de mudança: mudar de escalão é gratuito; se falhares a janela agendada para a visita técnica, pode haver compensação a pagar.

Dicas para escolher a potência ideal e economizar

Pequenos ajustes de hábitos e de configuração fazem a diferença — e evitam ter de contratar um escalão mais caro do que o necessário.

• Evita picos: não uses forno, placa, jarra elétrica e máquina de loiça todos ao mesmo tempo. Sequencia tarefas.
• Aproveita o período noturno para carregar o carro elétrico e para máquinas de lavar; liberta potência nas horas de ponta
• Olha para o histórico do quadro: se nunca disparou, é um bom sinal para testar um escalão abaixo durante um ciclo de faturação.
• Atualiza equipamentos: LED e eletrodomésticos eficientes reduzem a potência necessária e o consumo.
• Compara tarifas adequadas ao teu escalão e ao teu perfil horário (simples, bi-horária, tri-horária). Uma boa oferta pode somar mais poupança ao ajuste de potência.
• Para negócios: se tens um pequeno comércio ou PME, vale a pena cruzar perfil de carga e oferta profissional. Encontra tarifas de luz para empresas no nosso espaço de empresas.
  

Conclusão: afina a potência e deixa a Eligenio fazer o resto

Agora já sabes qual a potência que deves contratar: escolhe o escalão pelo uso simultâneo real e garante que não pagas um fixo maior do que precisas. Na Eligenio, comparamos as melhores tarifas para o teu perfil e ajudamos-te a ajustar a potência contratada, passo a passo. Assim, ficas com conforto, segurança e poupança na tua fatura — todos os meses.

Escrito por Equipa editorial do Eligenio

A equipa de redação de conteúdos do Eligenio é especializada em fornecer informações e conselhos sobre energia.

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